Home / Cornetando / Itatiaia: “CPI do Salsichão” vai terminar em pizza com população e barraqueiros no colo de Simão, dizem por lá

Itatiaia: “CPI do Salsichão” vai terminar em pizza com população e barraqueiros no colo de Simão, dizem por lá

A Câmara de Itatiaia instaurou essa semana a “CPI do Salsichão” para investigar o que já parece ser de conhecimento de toda a população e inclusive dos vereadores: o cartel comandado pelo empresário Markus Simão.

O empresário de Resende é o dono da MVS Produções, que acaba de faturar, sob acusação de fraude, a licitação para comercialização e produção da festa de aniversário da cidade, comemorado no dia 1º de junho. Já a CPI só foi aberta depois de uma enxurrada de denúncias, matérias jornalísticas e publicações nas redes sociais para o problema recorrente, diversas vezes denunciado ao Ministério Público: o monopólio do comércio das festas realizadas pelo erário de cidades do sul fluminense, nas mãos de Simão.

O suposto esquema arrocha a população, já que os barraqueiros são obrigados a comprar os produtos de um “bar central” (de Simão) a preços superfaturados, segundo as denúncias. Como consequência, esses comerciantes são forçados a ampliar a margem de lucro para pagar a Simão o pedágio para terem uma barraca na festa, de R$ 5 mil a R$ 6 mil por três dias. Como resultado, produtos como churrasquinho, salsichão, cerveja e refrigerante, por exemplo, chegam a custar até R$ 20 ao consumidor final. O problema se repete no parque, que também paga pedágio para Simão, que acaba sendo diretamente favorecido pela contratação de shows pela prefeitura, que esse ano passa de R$ 1milhão

João Márcio, Elisângela e o Salsichão

O vereador João Márcio admitiu que conhece o suposto esquema de superfaturamento de produtos e monopólio do comércio. Já a vereadora Elisângela de Vasconcelos demonstrou preocupação com o preço do salsichão. o que, pelo menos, serviu para batizar o nome da investigação parlamentar em “CPI do Salsichão”, nas redes sociais. Isso porque a Câmara de Itatiaia tem um histórico de CPIs que não dão em nada, a não ser poder de barganha para os vereadores junto ao prefeito, segundo o que se comenta na cidade.

Assista o vídeo de João Márcio e Elisângela:

A “CPI do Salsichão” tem os seguintes membros: João Márcio (Presidente), Vaninho (Relator), Léo do Açaí (Membro).

Fabrício se complica

Para os observadores, mais atento, a “CPI do Salsichão” também só foi aberta depois que uma reportagens jornalísticas e postagens nas redes sociais lembraram que o vereador Fabrício da Mudança lembrou que o vereador Fabrício da Mudança questionou os preços abusivos cobrados na festa de 2024, chegando a dizer que:

“Não posso deixar de mencionar o valor dos itens da festa: churrasquinho, cerveja, refrigerante. Acho um absurdo o valor que é cobrado da população itatiaiense. Pra participar daquela festa, tem que ter um pode aquisitivo muito alto, é um absurdo o preço, um churrasquinho custar 15 reais, um refrigerante em lata 10 reais. O parquinho, se a família tiver dois, três filhos, gasta um salário mínimo de semana naquela festa. Essa festa deixou de ser pra população itatiaiense, virou um negócio rentável dentro do município… é esse o presente que a população de Itatiaia merece? Fazer uma festa e entregar pra esses caras virem aqui e assaltar a nossa população dessa forma? A gente precisa rever os conceitos nos próximos anos em relação a essa festa da cidade… coitado dos barraqueiros, acho que foi cinco mil reais…”, disse o vereador em 2024.

Assista o vídeo de Fabrício sobre a festa de Itatiaia clicando aqui

Cartel vem de longa data

Nas redes sociais, moradores, incluindo comerciantes, revelam que o esquema de Simão é antigo.

Recentemente o próprio Simão deixou escapar que o esquema dele começou em 2017 em Resende, no governo do então prefeito Diogo Balieiro do Kaio. Ao trocar farpas com o autor de uma postagem relacionada à MVS no grupo de Facebook Bom Dia Resende, Markus Simão acabou revelando que em 2017 os comerciantes de Resende precisavam pedir benção para ele, caso quisessem montar barraca na Exapicor, que é a festa comemorativa de aniversário da cidade do sul fluminense, celebrado no dia 29 de setembro.

Simão, que chamou a reportagem de fake news sem perceber que estava confirmando a veracidade da informação, parece ter se arrependido e acabou deletando o comentário dele. O empresário também não comentou sobre a Exapicor de 2024, que chegou a ser adiada pelo Tribunal de Contas por denúncia de direcionamento da licitação para a vitória da MVS de Simão.

Em Resende no começo do ano, comerciantes também usaram as redes sociais para denunciar o monopólio de Simão no Carnaval.

Em agosto de 2024, o Tribunal de Contas do Estado do Rio, TCERJ, chegou a suspender a Exapicor, festa de aniversário da cidade, justamente pelo direcionamento da licitação para a MVS. Mesmo assim, o Conselheiro Márcio Pacheco mudou de ideia posteriormente, alegando que a não realização da festa traria danos à cidade, favorecendo a farra de Diogo do Kaio e Simão, com o dinheiro do povo.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *