
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, rejeitou uma possível fusão do partido com outras siglas e declarou que interromperá as negociações sobre a incorporação da legenda. Nesta quarta-feira (12), Perillo afirmou que defenderá que o partido permaneça como uma sigla solitária ‘em respeito ao legado do PSDB’ e aos filiados. “A partir de hoje, vou defender a continuidade do PSDB”, declarou a O TEMPO.
A possibilidade de fusão do PSDB, principalmente com o MDB de Baleia Rossi — cotado para incorporar os tucanos, guardava rejeição de figuras importantes do partido. As recentes filiações dos senadores Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Oriovisto Guimarães (PSDB-PA) constam entre as razões do tucanato para recuar da possibilidade de fusão partidária.
Com o ingresso dos políticos na bancada do PSDB, até então com o solitário Plínio Valério (PSDB-AM), o partido recupera o gabinete da liderança no Senado Federal e a possibilidade de concorrer às comissões e ocupar cargos de prestígio.
A hipótese de fusão do partido ganhou fôlego em declarações recentes de Marconi Perillo, que admitiu a possibilidade de pôr fim à trajetória dos tucanos. O MDB não era o único cotado para incorporá-los, e o PSD de Gilberto Kassab também apareceu como concorrente pelo futuro político do partido.
A avaliação interna no PSDB é que a legenda atravessou um processo de encolhimento, e o próprio Perillo reconheceu que o partido errou ao não lançar um candidato próprio na última eleição presidencial. Outra análise é que a polarização do país representada nas figuras de Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) engoliu o PSDB em meio à crise de identidade que o partido enfrenta.
Fato é que as negociações para fusão esfriaram, e Perillo avaliou que é hora de interrompê-las. Ele não descarta a possibilidade de retomá-las no futuro, mas, traça planos solitários para os tucanos no próximo período eleitoral. O partido pretende concorrer à presidência da República com Eduardo Leite, hoje governador do Rio Grande do Sul.
Os governos do Estado e também de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Santa Catarina estão na mira do partido — além de Goiás, que pode ter o próprio Perillo como candidato. A perspectiva é que a federação com o Cidadania seja mantida.
Fonte: O Tempo