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Câmara de Resende trava Noel de investigar Hospital do Câncer e mantém IZAS na sombra da Fire Works

A Câmara de Resende perdeu recentemente um ótima oportunidade por reprovar um requerimento de informação proposto pelo vereador Noel de Carvalho, direcionado a obter informações sobre a construção de um hospital oncológico na cidade do sul fluminense prometido em 2021 pelo ex-prefeito Diogo Balieiro e que se encontra empacado.

Caso a maioria dos parlamentares não tivessem barrado o requerimento, a Casa Legislativa poderia tirar da escuridão do governo do prefeito Tande Vieira, e de Diogo Balieiro, a IZAS Comércio e Reformas. Se é que os nobres edis têm algum interesse em trazer às claras o nome dessa construtora sediada no Rio de Janeiro. Porque a IZAS, segundo informações passadas por um servidor da prefeitura, estaria por trás da Fire Works, também do Rio, contratada por mais de R$ 15 milhões pela prefeitura para reforma do prédio anunciado como hospital do câncer.

O requerimento de Noel solicitava à prefeitura documentos detalhados da obra do hospital do câncer, com remessa de informações técnicas, administrativas e financeiras sobre: data de início contratual da obra e eventuais aditivos; valor original pactuado e valor atualizado (considerando revisões e aditivos); empresa e/ou consórcio declaro vencedor, critério de julgamento e número do processo licitatório; percentual físico e financeiro de execução atual; existência de paralisação formalizada e, em caso positivo, quais os motivos técnicos e administrativos para paralisação da obra; quais os órgãos estão responsáveis pela fiscalização e acompanhamento do contrato, incluindo relatórios, previsão orçamentária específica e suficiente subsequente para garantir a plena manutenção e funcionamento do hospital; se há plano de custeio municipal, estadual ou federal para a unidade de saúde; se há termo de cooperação técnica com estado ou ministério da Saúde de apoio operacional e financeiro da unidade; medidas adotadas pela administração municipal frente às denúncias de superfaturamento e má gestão do contrato da obra; se houve inauguração de tomada de contas, auditoria interna ou encaminhamento do Ministério Público; em caso de irregularidade identificadas, quais sanções foram aplicadas à contratada; qual a nova previsão para a conclusão da obra e entrega à população.

Noel defendeu o requerimento dizendo que o pedido de informações poderia até desmentir denúncias feitas recentemente ao MP e a outros órgãos de fiscalização e de combate à corrupção, já que o prefeito Tande afirmou recentemente a um jornal de Volta Redonda que tais denúncias são falsas. Apesar disso, os vereadores da base do alcaide, capitaneados pelo vereador Roque Cerqueira, reprovaram o requerimento.

IZAS começa a sair da escuridão

Apesar do corpo mole da maioria dos vereadores, Tande e Diogo poderão ter problemas com o MP por causa da IZAS, que, segundo o servidor, atua clandestinamente como um braço da Fire Works em obras da prefeitura de Resende com a anuência do secretário de Obras, Thomas Landim.

“O Tande não conhece a Fire Works? Será que também não conhece a IZAS? Não sabe o que o Thomas Landim anda fazendo aqui na prefeitura? Esse monte de obra parada, esse monte falcatrua que o Landim anda fazendo desde o governo do Diogo, o Tande não sabe?”, questiona um servidor.

Segundo ele, a Fire Works já estava mal das pernas no ano passado, quando começou a quarteirizar para IZAS obras contratadas pela prefeitura com recursos do governo Federal. Esse seria o caso da reforma da Praça dos Rodoviários, no bairro Paraíso, executada através de um contrato de mais R$ 1 milhão do governo federal.

“Se o MP cruzar as movimentações bancárias da Fire Works com as da IZAS, vai perceber que elas praticamente são uma mesma empresa. Na verdade, a IZAS hoje em Resende é uma empresa laranja da Fire Works, só que a Fire Works caiu e agora querem um jeito de colocar a IZAS pra dentro, pra mamar na prefeitura”, desabafa o servidor, que se diz enojado com os esquemas de fraude em licitação, superfaturamento, pagamento de propina e corrupção na prefeitura de Resende.

Ele revela ainda que a quarteirização da IZAS pela Fire Works, prática vedada pelos contratos com a prefeitura, teria ocorrido mediante contratos de gaveta e não se resume à obra da Praça dos Ferroviários. Segundo o funcionário, a Fire Works firmou outro três contratos com a IZAS relacionados a obras da prefeitura: reforma da Praça dos Ferroviários, Centro Cirúrgico e Hospital do Câncer.

Há quem diga que Thomas Landim está por um fio de ser exonerado por Tande, devido às diversas obras paradas e às suspeitas que pairam sobre o secretário, além de possíveis problemas que ele pode ter com o MP em relação à contratação clandestina da IZAS através da Fire Works”.

Tiago Forastieri decepciona

Outro que também ajudou a IZAS a permanecer na clandestinidade ao ajudar a reprovar o requerimento de Noel foi o vereador Tiago Forastieri, que, em 2023, esteve na mesma posição de decano. Naquela ocasião, Tiago tentou sem sucesso a aprovação de um requerimento propondo transparência nos gastos de repasses de verba pública à Santa Casa. Depois de ajudar a reprovar o requerimento de Noel, Tiago Forastieri supostamente fez ameaças a uma pessoa que divulgou nas redes sociais a bolada nas costas da população de Resende que o vereador deu ao ajudar a barrar a proposta de Noel de Carvalho.

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