
As denúncias contra o procurador-geral de Araruama, Ronan Sena Gomes, continuam a crescer e tomam proporções ainda mais graves. Além das suspeitas de que sua nomeação foi articulada pelo vereador Thiago Pinheiro e pelo empresário Fernando Castro para favorecer grupos em licitações da saúde, educação e merenda escolar, novos indícios apontam um forte vínculo de Ronan com o empresário Lucas Gomes Silva, conhecido como Luquinhas.
Em maio de 2024, Thayana Xavier, ex-esposa de Luquinhas, divulgou em suas redes sociais provas de que o empresário movimentava aproximadamente R$ 2,6 milhões por mês em pagamentos ilícitos. Segundo os documentos vazados, desse montante, R$ 55 mil eram repassados mensalmente para Ronan Sena Gomes.
O escândalo ganhou ainda mais repercussão quando Thayana revelou que sofreu agressões físicas e psicológicas durante o relacionamento, incluindo puxões de cabelo, xingamentos e chutes. O caso veio à tona após a divulgação das provas de corrupção, o que colocou Luquinhas no centro de uma nova polêmica.
Além das denúncias de corrupção, fontes ligadas à administração municipal indicam que Luquinhas tem interesse direto no contrato de limpeza dos prédios públicos de Araruama. Para garantir que sua empresa, L G da Silva, fosse favorecida, ele teria indicado Ronan Sena Gomes para o cargo de procurador-geral, consolidando seu controle sobre as licitações do município.
Esse novo desdobramento intensificou a crise política em Araruama, que já enfrentava escândalos envolvendo contratos de merenda escolar, influências de empresários e articulações suspeitas entre vereadores e a gestão municipal. O envolvimento direto de um procurador-geral em um esquema de propina e de um empresário acusado de corrupção e agressão levanta sérias dúvidas sobre a transparência e integridade da administração pública.
Essa não é a primeira vez que Lucas Gomes Silva é citado em um esquema de corrupção. Em 2022, ele foi investigado pela Polícia Federal, que apreendeu um Porsche com R$ 138 mil em dinheiro vivo e materiais de campanha dos políticos Chiquinho da Educação e Carlos Russo.
Na ocasião, também foi encontrada uma planilha detalhando compra de votos, fortalecendo as acusações de crimes eleitorais e fraudes políticas no município. O caso gerou grande repercussão, associando o nome de Luquinhas a um esquema de manipulação política e desvio de recursos.
Até o momento, Ronan Sena Gomes, a prefeita Daniela Soares, o vereador Thiago Pinheiro e o empresário Luquinhas não se manifestaram sobre as graves acusações.
A equipe de reportagem continuará acompanhando o caso e buscará esclarecimentos junto às autoridades responsáveis para entender os próximos passos dessa crise que coloca em xeque a governança de Araruama.
Fonte: RLagos notícias